Organização Nacional de Centros de Oncologia e Hematologia

Uma conversa sincera com sua família e amigos é fundamental. Eles serão os principais aliados no tratamento dando importante apoio emocional.

Por mais difícil que seja, após o diagnóstico de um câncer é importante haver uma conversa sincera e aberta entre os membros da família e amigos. O câncer ainda é encarado socialmente como um tabu, mas o paciente não precisa agir desta forma também dentro de sua casa.

Todos que rodeiam o paciente em seu dia a dia devem estar cientes de como será o tratamento, quais os possíveis efeitos colaterais e demais pontos importantes relacionados ao tratamento. Algumas famílias marcam uma consulta especial com o médico para esclarecer todos esses aspectos.

Mudanças na rotina familiar e nas funções exercidas por cada membro da família podem ser necessárias. Isso precisa ficar claro a todos os envolvidos, que devem conversar e decidir como as tarefas e as funções serão redefinidas.

Preparamos algumas sugestões que podem ajudar nessa comunicação:

Crianças e Adolescentes

Conversar com crianças e adolescentes pode ser especialmente difícil. Eis algumas sugestões:

  • Dar às crianças informação apropriada à sua idade e nível de maturidade.
  • Seja aberto e honesto. Sem informação correta, o que imaginarem pode ser muito pior do que a verdade.
  • Dê-lhes tempo para fazer perguntas e expressar seus sentimentos (muitas vezes as crianças podem expressar melhor seus pensamentos ou sentimentos por meio de desenhos).
  • As crianças veem o mundo do modo como se relaciona com ele, assegure-lhes de que são amadas e serão cuidadas.
  • Mantenha a vida tão normal quanto possível, tentando manter as rotinas diárias dos filhos.
  • Se seu filho apresentar dificuldade em compreender e lidar com o que está acontecendo, considere inscrevê-lo num grupo de aconselhamento ou, para os religiosos, marcar uma reunião com uma pessoa do clero.

Amigos e familia

As pessoas próximas ao paciente podem ser os maiores aliados na sua luta contra o câncer. Eles podem dar perspectiva, apoio e amor no momento em que o paciente mais precisa. Como e para quem você diz isso? Aqui estão algumas dicas:

  • Inicie a conversa em um lugar que seja confortável, onde haja privacidade.
    Esteja preparado para qualquer reação que seus entes queridos possam ter: descrença, medo, raiva. Entenda que eles estão reagindo ao seu diagnóstico, não a você.
  • O paciente deve ser tão aberto quanto possível com o seu diagnóstico, tratamento e prognóstico. Se alguma pergunta fizer você se sentir desconfortável, diga, simplesmente, que não está pronto para falar sobre isso neste momento.
  • Pense sobre as perguntas que possam deixá-lo chateado ou irritado: planeje uma resposta para elas antes que aconteçam.
  • Escolha um membro da família ou amigo para ser seu porta-voz, para os momentos em que você não quer falar sobre seu câncer ou seu tratamento. Alerte-o sobre como e quanto dizer aos outros.Família e amigos vão querer ajudar: você precisa se concentrar em sua própria saúde e eles precisam sentir que estão ajudando você. Seja específico sobre o que eles podem fazer, pois as pessoas nem sempre sabem como ajudar ou saber do que você precisa.
  • Mantenha a vida tão normal quanto permita a sua saúde: relembre sua família e amigos que você ainda aprecia as mesmas atividades.

Filho com câncer

Se seu filho acabou de receber o diagnóstico de câncer, não se desespere! Por pior que pareça, a situação não está perdida. As chances de cura ou de boa qualidade de vida são altíssimas para crianças com câncer. É muito importante que os pais saibam que não falharam em nada com relação ao desenvolvimento do câncer do filho. Com certeza, não foram os seus cuidados, a mais ou de menos, tampouco problemas ou discussões em casa que fizeram com que seu filho ficasse doente.

  • Desmitificando o câncer
    Outra dica diz respeito aos comentários que possam surgir sobre a doença e o tratamento. Não vamos fazer da doença um tabu ou algo que não possa ser comentado. Tanto para o filho doente quanto para os demais, é importante que eles sintam um canal aberto de comunicação; que fiquem à vontade para perguntar o que quiserem, para chorar de medo ou de tristeza e até mesmo para rir de situações engraçadas que possam acontecer. Lembre-se: dividir esses sentimentos e percepções é muito saudável.
  • Compreenda as diferenças
    O câncer em um filho ou em qualquer pessoa da família, afeta, em maior ou menor grau, todos os membros. Cada um vai entender e vivenciar o câncer do parente próximo dependendo do tipo de vínculo que tiver com o paciente. Provavelmente, os pais irão lidar de uma forma com o câncer do filho, enquanto tios mais distantes podem ficar abalados de outra maneira. Ao mesmo tempo, cada pessoa entenderá e lidará com a gravidade da situação dependendo da sua idade e do grau de compreensão sobre a própria vida. Os avós, por exemplo, vão entender e se preocupar com o câncer de um neto de modo bastante diferente dos irmãos do paciente. Não há um jeito certo ou errado de encarar e enfrentar a nova realidade. O importante é estar atento às diferentes formas de lidar com a situação, sempre buscando o modo mais apropriado de fazê-lo.
  • As diferentes idades
    As crianças merecem saber o que está acontecendo com elas. Até mais ou menos sete anos, a criança não entende a morte como irreversível, nem a gravidade do câncer como uma doença potencialmente fatal. Expliquem que ela está com bichinho malvado, que precisa ir embora. Digam que o bichinho é forte e para combatê-lo terá de tomar remédios mais fortes e que o remédio pode deixá-la um pouco “mole”, que o cabelo poderá cair. Não privem as crianças das alterações concretas que seu corpo poderá sofrer com o tratamento. Lembre-se de que elas vivem mais intensamente o presente e menos o futuro. Suas preocupações são com as coisas concretas, com aquelas que elas podem ver e sentir, como a picada de agulha, a queda do cabelo, ficar enjoadas, irritadas etc.
  • Todos precisam de cuidado
    Abalados e preocupados com o filho doente, muitos pais acabam passando mais tempo com ele do que com os outros filhos, seja no hospital fazendo exames ou acompanhando o tratamento. É verdade que a preocupação é grande e que muitas medidas têm de ser tomadas, mas por isso mesmo os irmãos precisam saber o que está acontecendo, qual o motivo de tanta preocupação e de mudança na rotina. A criança será capaz de entender e compreender a nova realidade de acordo com a idade e o grau de maturidade que tiver. Dê explicações simples e compatíveis com sua capacidade de compreensão. Sempre que possível, sente-se e converse carinhosamente com os filhos saudáveis.
  • Dividindo as tarefas
    Será preciso que os pais se organizem para que outros adultos, uma tia, os avós ou padrinhos, cuidem mais de perto da rotina dos irmãos, garantindo que eles continuem frequentando a escola, o futebol e outras atividades. Também é muito importante que os irmãos tenham a chance de visitar, ou pelo menos falar por telefone, com o irmão doente. Não se deve de forma alguma isolar o filho doente, nem privar os irmãos desses encontros.

Dicas para os pais

Enquanto seu filho estiver fazendo quimioterapia e os leucócitos estiverem baixos, evite levá-lo a lugares com muita gente ou pouco ventilados. Prefira levá-lo à casa de um amigo, ou então, convidá-los a ir a sua casa. Não é bom que seu filho tenha contato com pessoas gripadas ou com tosse. Quando a saudade de alguma pessoa que está com gripe apertar, use o telefone ou a internet, por exemplo. É comum as plaquetas oscilarem e até ficarem bem baixas em algumas fases do tratamento. Nessas fases, a criança, se possível, não deve cair nem se machucar. Ofereça brincadeiras mais calmas como jogos de mesa, quebra-cabeças, livros, desenhos, assistir a um DVD ou brincar no computador.

Essas dicas têm a intenção de tornar o dia a dia um pouco mais leve enquanto seu filho estiver em tratamento. Cada criança reage de um modo diferente e em sua casa as reações podem ser diferentes das mostradas aqui. Os pais não devem hesitar em esclarecer qualquer tipo de dúvida – mesmo aquelas que achem “bobas” – com o médico, a enfermeira, a psicóloga ou outro profissional com que se sintam à vontade. E mais: não se esqueçam de que a equipe médica existe para ajudar.

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