O paciente com câncer não precisa sentir dor

A dor é um sintoma que pode ocorrer nas neoplasias malignas e, muito provavelmente, é o sintoma mais temido pelos pacientes. Contudo, é possível mitigá-la de modo significativo com avaliação e tratamentos adequados.

Vista como inútil e desumanizante, a dor pode acarretar grande estresse e sofrimento aos pacientes e aos que os rodeiam: o cuidador e os familiares. A dor relacionada ao câncer acomete cerca de 50% dos pacientes, considerando todos os estágios da doença, e em torno de 70% dos indivíduos com doença mais avançada.

A dor do câncer pode ser devida ao tumor primário ou suas metástases, à terapia anticancerosa e aos métodos de investigação. Em alguns pacientes, pode também não estar relacionada à neoplasia. O Dr. Cristiano Fernandes, médico hematologista do Centro de Combate ao Câncer, informa que o diagnóstico e o tratamento precoce do paciente contribuem para que o mesmo não sinta dor ou tenha este sintoma minimizado. “Alguns tipos de câncer podem causar mais dor que outros porque se encontram em regiões com trajeto de nervos, ou porque destroem os plexos nervosos, ou pelas características da própria doença. Contudo, não é a maior ou menor agressividade do tumor que interfere na intensidade da dor”.

Cada tipo de patologia ou de dor tem um tratamento específico. De modo geral, os analgésicos são bastante utilizados, assim como os anti-inflamatórios. Em alguns casos o médico pode prescrever os medicamentos adjuvantes, que são utilizados para intensificar o efeito analgésico de outros medicamentos ou controlar sintomas e efeitos colaterais. Estes medicamentos têm mecanismo de ação diferente dos analgésicos e geralmente são usados em conjunto com estes, não devendo ser esse fato interpretado pelo paciente como excesso de medicamentos.

“Procedimentos específicos podem ajudar muito no alívio da dor e são prescritos considerando a intensidade da dor, tratamentos anteriores, o mecanismo fisiológico da dor e o nível de ansiedade do paciente. Implantes de neuroestimuladores realizados no sistema nervoso periférico ou central podem ser eficientes. Bombas de infusão que liberam medicamento em tempo contínuo também ajudam a reduzir a dor”, orienta o Dr. Cristiano.

“A dor pode e deve ser mitigada porque reduz o sofrimento. O seu alívio melhora o estado geral do paciente, eleva sua autoestima e estimula também os familiares, o que é sempre muito importante”, finaliza o Dr. Cristiano Fernandes.

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